O que são os Deuses?
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O que são os Deuses?



   Em algum momento me fizeram a seguinte pergunta: "O que são os Deuses? Eles são só mito ou são reais?" e eu respondi o mais rasamente possível, não por não ter o que dizer, porque vamos partir de vários caminhos e analogias, mas por tentar dizer o mais brevemente possível que a existência de algo superior e por si só inexplicável era fora de resolução, não possuindo um ponto final, uma exclamação ou o que quer que seja, embora a gente passe pelo assunto e dê um ponto a ele. Os Deuses acabam sendo mais perguntas do que afirmações concretas de verdades incontestáveis e absolutas, e isso sempre vai depender do quão profundo você foi nesse mar imenso de possibilidades. Eu costumo falar com grande paixão dos Deuses, Deuses sem faces, Deuses sem características e sem nomes, porque hoje eu sinto que eles estão por todas as partes, com todos os nomes e com todos os aspectos físicos ou não junto a Eles, alguns vão dar as caras e jogar a bomba da sabedoria em nossas faces gritando que Deus, somente um, e que todos eles independente de tudo são Deus, no singular. Posso concordar com todos os que viviam me dizendo isso e os que vão me dizer isso durante a minha vida toda e quem sabe mais além, mas posso dizer, preferindo guardar em sussurro e não aos berros, como muitos fazem por ai, e dizer que Ele pode ser só um, mas ele possui muitas faces e não importa onde queremos chegar, ele sempre vai ser singular e plural (um com muitas faces, ou vários com uma face ou várias faces). Na realidade a maneira como chamamos ou como vemos é o menos importante, é como ver por uma pessoa pelo seu externo e não mergulhar nas águas profundas do seu mar a desvendar o que tem lá dentro, fica tudo muito raso se a gente não tem experiência e muito mais quando a gente não busca adquirir conhecimento sobre isso e tudo se limita.
   Quando falamos em experiência, as pessoas pensam que é saber inteiramente sobre todos os mitos e sobre todos os Deuses, suas características, símbolos, mensagens e etc., mas será que o Deus ou a Deusa se resume a isso, em faces físicas, em características e nomes, ou será que a coisa é bem mais em baixo? Acontece que para se provar conhecido nós entendemos que o saber precisa ser cumulativo, quando na verdade ele é qualitativo, portanto, é questão de qualidade. Nós podemos conhecer muitos Deuses por seus nomes e suas características, mas só vamos compreende-los completamente e verdadeiramente tendo experiências com essas divindades e trabalhando as energias envoltas à elas. É justamente como dizem vulgarmente sobre a paciência: "De grão em grão, a galinha enche o papo". É exatamente dessa forma que acontece na prática, você só se aprofunda de fato se mergulhar em um rio de cada vez e explorar esse rio em todos os seus pontos, caso contrário você mergulha e boia somente na superfície e isso é por vezes um empecilho ao mergulho, seja por medo do desconhecido, seja pela falta de objetivo ou propósito e clareza ou pela pressa que é inimiga da perfeição. Por isso tenhamos calma, o que é nosso chega a nós na hora e no dia certo, sem mais nem menos, quando é pra ser, é.
  "O que são os Deuses? Eles são reais?" tudo é questão de ponto de vista, cada um tem uma experiência pessoal e nem mais e nem menos importante que a de outras pessoas. Quando falamos em realidade, estamos claramente ligados ao material, áquilo que podemos tocar e ver, como uma espécie de comprovação da existência de algo. Se vamos em busca do nosso espiritual com essa visão do concreto, de que tudo tem que ser provado, nós nos limitamos ao que somos aqui e agora, não damos asas a nossa mente para que ela explore todo o seu potencial, já que grande parte da nossa vida é uma caverna escura. Negar soltar-se das cordas que te seguram (material) é também negar a liberdade, o conhecer aquilo que é desconhecido, é estar imerso a luz e se esquecer que a luz só existe porque houve escuridão. A verdade é que a realidade é relativa, "o que é real exatamente? O que é verdade? O que é fato?", isso depende de cada um de nós e de nossas próprias verdades que nunca serão as verdades dos outros, por isso cabe a nós, sozinhos, mergulhar no conhecimento e libertar-se da limitação. Sejamos corajosos em enfrentar aquilo que não conhecemos, porque não podemos ir a lugar nenhum num quadrado já explorado totalmente. Acontece que os Deuses estão mais além da nossa compreensão e da maneira como gostamos de limitar as coisas. Temos uma mania boba de querer saber de tudo e é isso que nos prejudica, porque se estamos afobados demais a querer saber tudo, acabamos por entrar em uma armadilha feita por nós mesmos, onde pensamos saber tudo e não sabemos nada. Quando se trata de conhecer e de se aprofundar precisamos ter paciência, persistência e boas fontes, um conjunto que dá certo e que te leva ao fundo das cavernas e aos bons mergulhos de forma verdadeira, sem erguer demais a cabeça e acabar por ter os olhos tapados pelos raios de sol que ofuscam nossa visão. E volto a ressaltar que o importante é ter qualidade e não quantidade, de nada adianta expor todos os nomes de listas de Deuses que você "conhece" sem ter de fato trabalhado um por um para conhecer suas egrégoras que é a união da teoria e da prática que é o melhor método pra suprir todas as questões.
  Para nós seres completamente materiais e físicos entendermos a imensidão das coisas é muito complicado, nós sempre queremos ver, tocar e de certa forma sentir aquilo, tanto quanto sentimos dor, algo que nos faça entender que aquilo é real e é a prova concreta e verdadeira da existência de algo, isso se dá justamente por nosso intelecto feito para contestar, para testa, para aprender, para conhecer e etc., somos sempre tidos como seres racionais, pensantes e exatos, mas a nossa exatidão é vencida com os mistérios do mundo como um todo, quando não sabemos de onde viemos e não sabemos para onde vamos. É sempre chocante não saber, não ter certeza, pisar em uma teia sem saber se ela vai romper ou continuar firme diante de nós e isso significa, por fim, que a humanidade precisa deixar todos os seus tabus, todas as suas razões e certezas e verdades absolutas para experimentar, para investigar e de fato contestar. Quando o uso total da razão nos deixa cegos para experiências além do que é compreensível ou palpável, já que os grandes mistérios moram na caverna escura que ainda não dominamos, nós precisamos dar início ao enfrentar-se, colocar diante de si mesmo todas as possíveis possibilidades de aberturas, que é nada mais nada menos do que abrir a mente ou o leque.
   Esse texto surgiu como um insight, diante de conversas e dúvidas de neófitos que me procuram e acredito que tenha sido interessante colocar a minha visão a respeito disso abertamente, porque tudo dentro da bruxaria é uma jornada, um caminho às cegas e um palpite, nada é verdade, tudo é permitido e tudo é válido desde que seja feito com persistência, amor e fé, que é algo que sempre defendi e sempre defenderei com orgulho. Isso tudo passa da minha visão, é um conhecimento pequeno e básico, uma pequena reflexão sobre um punhado de coisa dentro dessa imensidão, cabe a nós formiguinhas ou grãos de areia refletir sobre nossa importância no meio disso tudo e questionar a nós mesmos diante do espelho da vida o que somos e o que precisamos ser. A mim coube trazer o tema a partir do que me questionaram e a vocês cabe uma reflexão sobre o caminho de vocês.


                               
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