Curiosidades
O Simbolismo pela Psicologia — Tarot
Achei muito interessante fazer uma análise sobre o simbolismo do tarot sobre a psicologia, conversa que tive com Aline Pandora, irmã de Arte; conversa essa que me deu a ideia de trazer a tona alguns pontos para compreensão básica sobre o funcionamento do tarot. Jung traz o estudo sobre o simbolismo, simbologia e seu uso, em pauta no seu livro mais famoso "O Homem e seus Símbolos". É importante esclarecer primeiro o ponto de vista enigmático de Jung sobre os símbolos, que está incluso na evolução da expressão humana, que é o principal fator da existência e confecção dos símbolos antigos que ainda hoje estão em nossas vidas de diversas formas. É importante, antes de tudo, que eu me declare neutra sobre o assunto, já que a intenção é a reflexão e não a conclusão total — "Não existe uma única verdade, mas existem várias verdades" —, pois o assunto é muito extenso; outra coisa a ressaltar é que não estou trazendo o conteúdo do tarot e nem o seu funcionamento concreto, mas seu funcionamento simbólico por meio de análise em torno de seu uso e simbologias; outra questão é que falarei resumidamente me baseando em alguns pontos que acredito ser importantes para sanar algumas dúvidas básicas, lembrando que aqui no blog não há como trazer um conteúdo tão extenso em uma só postagem, por isso, se for preciso estenderemos algumas outras postagens sobre o tema esclarecendo alguns outros pontos. Sem mais problemas vamos ao que interessa de fato.
Nós seres humanos estamos diretamente ligados aos símbolos, já que ninguém mais teria capacidade para tal. Assim como os mitos e lendas os símbolos nos trazem não somente os pareceres humanos sobre o universo não desvendado mas também sobre o seu próprio universo ao qual ainda não se tem uma conclusão exata sobre a questão espiritual: "de onde viemos, para onde vamos". Para compreendermos a importância e utilidade dos símbolos precisaremos voltar aos primórdios tempos de nossa existência para entender o seu uso útil em nosso dia-a-dia.
Sem a conclusão de onde nós, seres humanos mortais, viemos e sem qualquer conclusão de nossa utilidade nesse espaço chamado Terra, o vazio era a maior preocupação de nossos ancestrais. Assim como bebês recém-nascidos nós partimos da existência desconhecida para o desenvolvimento: o andar, o falar, o caçar, o entender e compreender, o se comunicar e o ser. Acontece que só seremos algo definitivamente, quando entendermos o que fazemos nesse espaço ou seja, entender a nossa real função. Para a evolução humana acontecer, nosso cérebro e corpo físico precisaram evoluir e com a evolução lenta de nossos sistemas internos e externos, nós, pequenos grãos de areia, seríamos mais um grupo de animais entre tantos outros grupos aos quais desconhecíamos completamente. Nesse aspecto primitivo, nós precisávamos nos adaptar ao externo, compreendendo que como os outros animais, nós seríamos caçados da mesma forma, por isso precisávamos de união social, para defesa e caça, pois a luta era por sobrevivência. Dessa forma nós compreendemos que não somos o topo da pirâmide da cadeia alimentar, mas estamos em algum ponto dela como qualquer outro ser vivo. Esse é um ponto que todos nós já conhecemos, religiosamente ou cientificamente, compreendemos que nós viemos de um "não sei de onde" e "vamos para não sei onde", sempre embasado em uma ideia de que não somos só carne e osso, mas somos além de tudo corpo (físico), alma (astral) e espírito (espiritual), desde sempre a ideia de que o ser humano é parte de um progresso ou evolução vem para reflexão.
"Simbolismo é a prática de simbolização de um dado objeto, imagem, palavra ou determinada forma e método em específico. O simbolismo se dá a partir do homem quando descobre-se maneiras de trazer à realidade diversas interpretações. [...] A história da humanidade está inteiramente ligada à simbologia e suas diversas interpretações, desde a matemática - números -, até a linguagem - fala e interpretação - e as imagens representativas que se referem à estudos dos mistérios do mundo e da própria vida humana. " — Ver mais em:
Os símbolos são portanto uma forma de manifestação da espécie humana por meio de desenhos ou objetos simbólicos que trazem significados. Os significados precisam diretamente estarem ligados às épocas ou períodos em que nós estamos, já que trazem informações dessas expressões humanas e de suas civilizações. A concepção e significados destes se dão do aspecto individual e serão sempre interpretadas de forma coletiva, já que é preciso "afetar" ou melhor "ter sentido" para todas as pessoas desse "grupo", caso contrário esse simbolo se dará como um simbolo morto sem significado, pois ele precisa sistematicamente de significados que atinjam os meios sociais em sua complexidade. Um belo exemplo é a cruz: ela não é só um simbolo de proteção e de renascimento. Ela tem seu profundo significado, é a representação de uma crença e divindade, coisa que atinge a todas as pessoas que estão dentro desse sistema religioso e de crendice, mas não só, ela traz uma estória elaborada sobre o seu fundamento: a crucificação de Jesus Cristo, filho de Deus. Portanto, a cruz possui um peso e bagagem ancestral. De forma resumida: o simbolo é a manifestação de um individual para o coletivo e só é válido de forma simbólica quando esse símbolo se torna elemento total desse coletivo.
"O consciente individual de quem sonha está em comunicação apenas com o sonhador e seleciona símbolos para seu propósito, com um sentido que diz respeito apenas a ele. [...] Isso significa que as manifestações do inconsciente são da maior importância para quem sonha — o que é lógico, pois o inconsciente é pelo menos a metade do ser total — e oferece-lhe, quase sempre, conselhos ou orientações que não poderiam ser obtidos de qualquer outra fonte.— "O Homem e seus Simbolos", introdução por Hohn Freeman.
Entendo tudo isso fica mais fácil entender em que atua o tarot e como ele atua. Esse oráculo, como qualquer outra forma divinatória, depende da simbologia para existir, já que é a partir do simbolismo que se dá as mensagens nas cartas, por exemplo. Cada carta com seu devido simbolo tem o mesmo significado, mesmo que o tarot seja uma outra edição ele sempre terá a mesma simbologia e o mesmo fim, que é trazer características por meio de imagens ou mensagens. Os métodos divinatórios mais antigos são o Ogham celta, runas escandinavas e outros alfabetos já mortos. E então nos deparamos com os símbolos mortos nessa questão: "Como é possível um símbolo morrer?" ou "Por que um simbolo morre?". São questões bastante importantes para reflexão, mas baseando nesse conhecimento sobre o simbolismo podemos ter uma noção sobre isso.
O que acontece, como citei acima, é que o simbolo morrerá quando não for mais utilizado, e mesmo que em determinado momento alguém traga ele para estudos, o estudo concreto desses símbolos não será totalmente possível, já que parte de seu conhecimento fica apagado e desse modo não teremos compreensão certa de quais significados eles trazem, embora como nossa tecnologia possamos entender de quando eram, como eram usadas e por quem eram usadas. Desse modo, os símbolos morrem com as civilizações quando não são mais utilizados, ou podemos dizer que eles permanecem em silêncio, já que não são mais utilizados e mesmo assim podemos ter noção de seu uso. Ao mesmo tempo em que esse fato é concreto ele é contraditório, já que a ideia da simbologia é trazer conhecimento sobre esses símbolos muitas vezes primitivos que retratam as antigas civilizações e seus indivíduos. Um exemplo que posso citar é a cidade de Atlantis que ficou submersa, seus mitos e lendas são conhecidos, seus mistérios ainda que com nossa tecnologia não foram totalmente desvendado por diversos motivos (ex: falta de provas ou mesmo as circunstâncias dos fatos), ainda assim sabemos que foi submersa e que possivelmente ela está no fundo do mar com todos os seus símbolos místicos intactos ou não, mas ainda assim sabemos superficialmente sobre o que se trata e como aconteceu; com os alfabetos e outros demais símbolos antigos acontece o mesmo.
Atualmente na bruxaria, alquimia, ocultismo, wicca e outras demais formas, é usado o poder dos símbolos e desse modo eles permanecem sempre em utilização, porém, em cada período histórico ele terá seu simbolo referente a civilização que o utiliza. De forma resumida: O simbolo embora tenha seus significados, passa a ser analisado e usado de forma parecida e não igual. Dessa forma o símbolo sempre terá a mesma aparência, mas seu significado com o passar do tempo será mudado, pois os símbolos mudam com as civilizações que os utilizam.
"A história do simbolismo mostra que tudo pode assumir uma significação simbólica: objetos naturais (pedras, plantas, animais, homens, vales e montanhas, lua e sol, vento, água e fogo) ou fabricados pelo homem (casas, barcos ou carros) e até mesmo formas abstratas (os números, o triângulo, o quadrado, o círculo). De fato, todo o cosmos é um símbolo em potencial. [...] Com a sua propensão a criar símbolos, o homem transforma inconscientemente objetos ou formas em símbolos (conferindo-lhes assim enorme importância psicológica) e lhes dá expressão, tanto na religião quanto nas artes visuais (desenhos, esculturas, escritas e etc). — "O Homem e seus Símbolos"; por Aniela Jaffé. Capítulo IV. Pág. 312;
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