Curiosidades
A Mulher
Nem todas as mulheres eram guerreiras, nem todas eram de fato bruxas, nem todas eram livres. É claro que se analisarmos o mundo atual, onde a mulher é maltratada pela mídia, pela sociedade, por sua própria família e mais uma série de situações das quais colocam a mulher numa padronização exagerada, extrema. Esse exagero ocorre quando a mulher deve ser o ideal quando ela na verdade não o é, sendo assim, a mulher busca incontrolavelmente de uma maneira até mesmo inconsciente estar dentro dos "confortes" sociais. Alguns destes "conformes" são: comportamento, feminilidade, castidade, obediência, ou seja, mulheres sempre magras, sempre bonitas, sem pelos, com determinadas feições físicas, sendo feminina sempre, comportando-se de forma elegante, sutil, emocional e assim segue uma lista extensa de grandes problemas sociais em relação ao gênero feminino, que hoje não é nada mais do que uma aparência industrializada.
É sobreposta a ideia de que algumas civilizações antigas politeístas e portanto pagãs, não somente reverenciavam o sexo feminino, mas tinham-no como divindades, representando o gênero de forma ampla, vezes eram guerreiras, divindades de combate, que são somente alimentavam as batalhas mas davam bençãos e vezes as vitórias aos que a cultuavam, ora eram divindades relacionadas ao sexo, fertilidade, procriação, cuidado com o lar, portanto alimentando as relações sociais, conjugais, também agindo de formas a abençoar as plantações, a criação de animais de pequenas ou grandes fazendas, e não só, a mulher entra num papel de destaque quando é também considerada uma líder, no caso de rainhas ou amantes de reis. Em algumas civilizações essas mulheres eram porta-voz dos líderes, estas tomam conta de suas vilas e cidades enquanto seus maridos partiam para batalhas em lugares mais distantes.
Em algumas histórias antigas conta-se que as mulheres tomavam seus lugares onde queriam, elas podiam ir a luta, tinham voz e então eram respeitadas, sendo colocadas ao lado de homens em batalhas, em trabalhos mais pesados. Após isso, com a cristianização, quando surge portanto um Deus monoteísta masculino, a mulher perde não somente a sua voz, mas o seu lugar de destaque. Ela não é mais venerada, a não ser por procriar, tornando-se a Mãe, a mulher cujo objetivo é dar a luz a filhos e nada mais do que isso. Esse momento é onde a mulher passa a ter seu lado feminino sobressaltado, tendo de ser uma pessoa totalmente voltada ao lar, ao cuidado, cuidado maternal, ao matrimônio. Perdendo seus lugares de destaque, mesmo mantendo-se neles, a mulher não era vista como alguém tão importante, portanto, são afastadas de batalhas, de reinados e perdem a sua voz. Como ressalto neste texto, nem todas as mulheres eram de fato veneradas, enquanto algumas tinham voz, outras ainda assim eram escravas, tendo não somente o lugar de poder, mas o lugar de submissão. A mulher neste período é fatalmente castrada por uma sociedade, seu sexo é oprimido, sua sexualidade, sua força e agilidade e é então vista como um objeto de adoração como feminilizada, fragilizada, obediente e honrada.
Se todos nós adquirimos pelugem ao longo do crescimento corpóreo, portanto, um acontecimento biológico, por qual motivo nós não devemos tê-los? Não passa a ser uma obrigação termos, mas é uma obrigação não tê-los. Seu corpo muda, ela precisa adquirir um corpo padrão, não sendo magra demais e não sendo gorda demais, quando ela sofrerá com as alterações hormonais durante toda a vida, desde a menstruação, o crescimento dos seios, a pelugem, os hormônios, a fertilidade, a sua sexualidade, sua gravidez e o pós, sua velhice e uma série de transformações enquanto vive. A sociedade atual mascara a mulher com seu ideal, onde ela precisa estar sempre linda, acordar e dormir linda, como se sua beleza natural não existisse ou não devesse existir. Isso não acontece por que homens atuais são exigentes, mas ocorre porque é um controle de uma massa. Crescemos ouvindo que devemos ser boas para termos um parceiro que não precisa ser bom, mas precisamos tê-lo para não ficarmos sozinhas. Transportam para nós a informação de que nós não podemos ficar sozinhas, seja por que meio for, pois se ficarmos, quando envelhecermos não teremos ninguém. E o medo da velhice então surge, precisamos correr contra o tempo, desesperadas, aceitando tudo, as exigências, os mandatos, os padrões, a violência e etc.
Com a informação acelerada, o meio social pedindo um crescimento acelerado de tudo e de todos, a mulher então ganha novamente seu espaço, sendo ele de destaque ou não. Consciente e inconsciente a mulher não somente se sente preparada para isso, mas domina seu espaço novamente. As Valkÿrias ressurgem.
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