A bruxa e o Sexo
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A bruxa e o Sexo



   Reconhecível para a mulher/bruxa não somente praticamente, mas a mulher e bruxa livre, pagã, o conceito de que o sexo não é somente sagrado, mas é a sua principal fonte de liberdade. Desde a cristianização, onde a mulher provém do masculino e a ele deve não somente obediência, mas deve sua liberdade sexual, social, cultural e outras diversas formas de liberdade, o sexo é descrito como reprodução, sendo assim, a mulher tem a função de dar filhos herdeiros, de dar a luz, porque esse é o seu papel como mulher e esposa. O conceito de que a mulher serve ao homem vem desde a ideia de que o Divino é masculino e dele provém o feminino, isso torna a mulher o alvo de objetificação, portanto, a mulher passa a ser deslumbrada, ser o foco de admiração não somente sexual, mas com relação a posse. A mulher passa a ser não somente controlada, mas passa a ser "dominada" por esse masculino, devido a isso ela precisa ter sua dignidade preservada acima de qualquer situação, a ideologia da virgindade surge então. O que é virgindade, afinal? Biologicamente falando a mulher perde o hímen após a relação sexual e deixa de ser virgem, o homem, basicamente não precisa ter um hímen rompido, ele não o tem. Pensando desta forma, o que é a virgindade? A virgindade é a ruptura do hímen de uma mulher, ruptura d e um "lacre". Lacre esse que torna-se não somente desejo sexual para muitos, mas a ideia de que a mulher a partir da ruptura será daquele homem. Parece erótica essa ideia, e é. Essa é a ideia de posse, a mulher é dele.

    Vem da mãe do Deus cristão a ideia da mulher pura, com seu hímen intacto, que engravidou sem pecar. O paganismo vê essa ideia da seguinte forma: A mulher faz sexo, ela gosta do sexo e ela gosta não somente disso, mas da erotização, tanto quanto o homem. A bruxa faz essa divisão entre a pureza feminina e o pecado, devido a suas práticas de bruxaria em que estas passam a ser fonte de conhecimentos diversos, esses conhecimentos passam a ser o seu maior poder, uma vez que nós como seres "frágeis" não possuímos a força física. Explicável: Devido a essa separação dos sexos, o feminino e o masculino, o homem mais robusto passa a ser mantido em operações de batalha, trabalho pesado e é onde surge a ideia de que o homem é o mais forte, já em relação a mulher que foi totalmente retirada de questões de trabalho físico, passa a desempenhar papéis de conhecimento da medicina (pois essas que tratavam os doentes e feridos nas batalhas) e outras formas de "serviços" mais leves. O homem passa a ter esse traje de poderoso, enquanto a mulher é designada a fragilidade.  O que é o poder?

"Poder é o direito de deliberar, agir e mandar e também, dependendo do contexto, exercer sua autoridade, soberania, ou a posse do domínio, da influência ou da força. Poder é um termo de origem latina, e é definida por diversas áreas. Segundo a sociologia, poder é a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, e existem diversos tipos de poder: o poder social, o poder econômico, o poder militar, o poder político, entre outros." — Fonte: http://www.significados.com.br/poder/

   Entendendo que o poder não é somente o potencial físico a mulher com conhecimentos aflorados passa a ter papéis cada vez mais focados na religião, política, no meio social num todo e transmitindo todo seu conhecimento, passa a ser a sacerdotisa, que já é um lugar alto alcançado quando se trata de questões históricas de séculos passados. Para o homem esse lugar alcançado foi a diminuição de seu potencial físico, porque afinal, nem tudo é possível ser resolvido na força bruta, e essa diminuição inconsciente passa a ser um problema. O que foi a inquisição se não a forma de provar à mulher que ela não deve estar no lugar do homem em quaisquer que sejam as formas? O machismo nasce a partir da ideia de que a mulher é perigosa, ela é competitiva, é forte e está armada, armada com sua sabedoria. Qual a maneira de torná-la frágil? Privando-a de suas vontades insaciáveis, de seus desejos, sonhos e de conhecimento: "Se você é mulher, comunica-se com a sabedoria oculta, você é bruxa! Bruxa do nariz grande com uma verruga na ponta, rabugenta, velha, mal amada, rude, mal criada, malévola e pecadora!", onde é o lugar do mal? No inferno. A mulher passa a ser vista como Eva, mulher vinda da costela de Adão (masculino) deve cumprir seu objetivo principal: reproduzir. Mulher que não pode pecar e não pode conduzir o homem ao pecado: Nada de sexo por prazer, somente reprodução. Mulher que "come" do furto proibido graças a sua "fragilidade" intelectual e sua "curiosidade" (Deve privar-se de suas curiosidades, porque essa curiosidade é perigosa, ela é a tentação, sem meio termo: A cobra que enganou Eva), conduz Adão ao pecado, comendo o fruto "proibido"; toda essa ação de Eva = A mulher, leva a condenação da humanidade. Eu posso traduzir toda essa questão de forma a ser melhor entendida: A mulher não pode se desviar do objetivo que foi dado a ela por Deus, que é a de reprodução. Esse mecanismo religioso está tão intacto que hoje em dia o machismo (ideologia do masculino como principal) dita as regras de como a mulher deve ser ou deixar de ser, deve se comportar ou não, vestir-se, andar, falar, amar e principalmente fazer sexo. Ela não deve fazer sexo por puro prazer, pois cabe somente ao homem ter prazer, não cabe a mulher entender-se no poder, aquele não é o lugar dela, então ela é diminuída. Uma mulher só pode ser duas coisas: A mulher para se casar, a pura, a santa, a virgem ou a mulher vulgar, vadia, sexista, impura, suja, a mulher para não se casar. É inaceitável colocar a mulher como uma fêmea e o homem como ser humano, quando ambos provém da mesma biologia, seus corpos funcionando como conjunto e seus desejos em medidas iguais. A mulher deve ter tanto prazer quanto o homem.
   A ideia dos contos de fadas criado pelas religiões de que a mulher é pura e por isso santa ou é Lilith, a mulher do pecado traz a construção da princesa e da bruxa: Ou se é boa para casar ou se é má e a consequência de ser má é a inveja de quem é boa, porque só se pode ser alguém para casar quando se é boa ou perfeita. Traz-se a ideia de que a mulher é perfeita e deve manter essa perfeição sendo conduzida a todas as transformações possíveis, tanto do seu corpo, de sua imagem, quanto da suas escolhas e ideias.
   É comum que a bruxa seja tão atraente e tenha seu lado sexual tão aflorado, a mulher passa a andar ao lado do homem como igual. Para alguns é impossível a ideia de que a mulher também sinta e queira sentir prazer, passa a ser uma competição, enquanto para outros é um atrativo. Por mais perigoso que a mulher livre, sexual orgasmática possa parecer a luta dela não é contra o masculino, mas contra a dominação do masculino que a diminui.




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