2º teste do protótipo do VLS-1
[Do tucano UOL, do grupo tucano "Folha"]: "Construção de lançador de satélites não deve ser concluída, diz agência"
[OBS deste blog 'democracia&política':
A FAB contestou essa notícia do portal UOL, de propriedade do grupo tucano "Folha". Através de e-mail enviado ao UOL, a FAB (Força Aérea Brasileira) afirmou o seguinte: "Não é verdade que o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) vá abandonar o projeto VLS (Veículo Lançador de Satélite). O DCTA continua investindo no VLS-1, VLS-Alpha e VLS-Beta, lançadores de satélites de até 800 kg em órbita equatorial."
É oportuno recordar e compreender porque a direita brasileira, no caso a mídia tucana, é contrária ao desenvolvimento nacional de lançadores de satélites.
Os EUA sempre agiram para que o Brasil não desenvolvesse lançadores de satélites. Ostensivamente, até formalmente por escrito, o governo norte-americano nos manifestou isso em diversas ocasiões. Inclusive, com fortes suspeitas de ações dolosas e criminosas.
A nossa grande mídia brasileira e os partidos da direita, especialmente o PSDB, sempre agiram em coerência com os interesses dos EUA, em tudo. Nessa linha, também nessa área de lançadores. Qualquer notícia contra essa parte do programa espacial brasileiro é destacada, ou até inventada, com conotação negativa, destrutiva.
Sobre as dificuldades encontradas para o Brasil levar avante o seu Projeto VLS, recordemos o seguinte, que já expusemos há dois anos neste blog:
O DCTA (órgão da Aeronáutica que recebeu do governo, no final dos anos 80, a incumbência de desenvolver o VLS e adaptar ao lançador o Centro de Lançamento CLA, situado em Alcântara) foi desmantelado nos anos 90 pelo governo FHC/PSDB/DEM, por razões e compromissos externos óbvios, mas não revelados. Havia (e ainda continua) forte e explícita pressão dos EUA para o encerramento de projetos brasileiros nessa área de lançadores de satélites.
A melhor "explicação" divulgada pelo governo tucano para a destruição daquela capacidade nacional era a de que "o Estado Brasileiro deveria se tornar mínimo? e que ?o ?mercado? assumiria os poderes e encargos governamentais alienados?. Nessa linha de "avanço, de modernidade neoliberal", os recursos financeiros para projetos do DCTA foram, gradativa e fortemente, reduzidos naquela década de 90, e chegaram praticamente a zero em 1999, justamente o ano estabelecido pela AEB para o CTA lançar o segundo protótipo do VLS (ver imagem acima).
Simultaneamente, naqueles antinacionais governos PSDB/FHC, houve outras medidas asfixiantes governamentais, como a extinção da equipe especializada na área espacial. O DCTA sofria forte e crescente redução de recursos humanos, totalizando a perda de cerca de 2.500 engenheiros e técnicos especializados (cerca de 800 na área espacial), e sem autorização governamental para realizar concursos públicos para reposições. Agravava essa situação o arrocho salarial cada vez mais forte, típico naquela década para todos os trabalhadores brasileiros, contudo pior na carreira de ciência e tecnologia. Cientistas com pós-doutorado que, por idealismo, trabalhavam no projeto VLS quase 15 horas por dia sem parar até nos sábados e domingos, ganhavam, no máximo, menos do que um policial rodoviário, ou um décimo, 1/10 !, do que ganha hoje, por exemplo, um deputado ou um juiz. O governo ameaçava na imprensa, e até com projetos de lei, fortes degradações nas futuras aposentadorias. Esse terrorismo fazia aumentar e acelerar as evasões no DCTA. Tudo isso acontecia simultaneamente ao mencionado drástico corte governamental, de até 100%, nos recursos financeiros para os projetos.
Assim, era gigantesco o esforço, sobre-humano, dos cientistas do DCTA/FAB (aqueles que remanesciam e tinham que se sobrecarregar ainda mais ao assumir também os encargos dos que saíam). Lutavam patrioticamente para cumprir a incumbência do DCTA com o VLS, tarefa quase impossível no quadro de estrangulamento imposto pelo próprio governo tucano.
Isso, certamente, contribuiu para o acidente que matou vinte e um integrantes do DCTA nas vésperas de se lançar o terceiro protótipo do VLS em 2003. Corrobora essa certeza o "Relatório Final da Comissão Externa da Câmara dos Deputados" criada para investigar o referido acidente com o VLS. O Relatório, apresentado pelo seu Relator, o insuspeito deputado C. Sobrinho, do PFL(DEM)-SP, da própria base demotucana governista da época dos enforcadores cortes feitos pelo governo FHC/PSDB/PFL, concluiu: ?A redução gradativa dos investimentos públicos para a manutenção do Programa Espacial Brasileiro foi a principal causa do acidente com o veículo lançador de satélites em agosto do ano passado, na Base de Alcântara, no Maranhão? (isso foi publicado até no jornal tucano ?O Estado de São Paulo? em 26/08/2004 e na ?Agência Câmara?, em 01/09/2004)
Foi crime lesa-pátria do próprio governo contra a capacitação do Brasil na área espacial e tecnológica em geral. E ele foi perpetrado em coerência com imposições expressas pelos EUA.
Após aquele desmantelamento, não basta agora autorizar novos concursos e contratações e liberar grandes recursos financeiros (o que continua não ocorrendo). Para substituir os 800 pesquisadores ultraespecializados perdidos nos anos 90, e formar novas equipes, é preciso recomeçar quase do zero e consumir mais de 20 anos, abrangendo autorizar concursos públicos para contratar engenheiros e físicos, promover e direcionar, para específicas áreas da atividade espacial, mestrados, doutorados, pós-doutorados e experiência prática em laboratórios e projetos no Brasil e no Exterior, o que hoje é praticamente impossível por conta da rígida proteção de cada país às suas tecnologias.
Esse é o quadro de dificuldades em que vive essa área do programa espacial brasileiro.
Vejamos o sutilmente capcioso artigo de 5ª feira desta semana, do portal tucano UOL]:
Foi crime lesa-pátria do próprio governo contra a capacitação do Brasil na área espacial e tecnológica em geral. E ele foi perpetrado em coerência com imposições expressas pelos EUA.
Após aquele desmantelamento, não basta agora autorizar novos concursos e contratações e liberar grandes recursos financeiros (o que continua não ocorrendo). Para substituir os 800 pesquisadores ultraespecializados perdidos nos anos 90, e formar novas equipes, é preciso recomeçar quase do zero e consumir mais de 20 anos, abrangendo autorizar concursos públicos para contratar engenheiros e físicos, promover e direcionar, para específicas áreas da atividade espacial, mestrados, doutorados, pós-doutorados e experiência prática em laboratórios e projetos no Brasil e no Exterior, o que hoje é praticamente impossível por conta da rígida proteção de cada país às suas tecnologias.
Esse é o quadro de dificuldades em que vive essa área do programa espacial brasileiro.
Vejamos o sutilmente capcioso artigo de 5ª feira desta semana, do portal tucano UOL]:
"Construção de lançador de satélites não deve ser concluída, diz agência"
Por Débora Nogueira, do Uol, em São Paulo
"Um dos mais emblemáticos programas de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, a construção do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélite), deve ser abandonado, segundo informou o site da Agência Espacial Brasileira. De acordo com o vice-diretor do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica), Wander Golfetto, o programa pode não ser concluído por falta de verba, recursos humanos qualificados e dificuldades tecnológicas.
Em audiência pública terça-feira (26) na Câmara dos Deputados, o vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA), Wander Golfetto, afirmou que o programa pode não ser completado por falta de verba, recursos humanos qualificados e dificuldades tecnológicas.
Números apresentados pelo DCTA apontam descontinuidade de recursos para o VLS, previstos no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), documento orientador de investimentos da área. No total, o programa deveria receber cerca de R$ 155 milhões. No entanto, até o momento, foram executados R$ 108 milhões.
Inicialmente, a previsão era de que o veículo estaria completamente finalizado este ano. Agora, no entanto, a expectativa mudou. Hoje, o planejamento é para testar parte do foguete no fim de 2016.
O passo seguinte, que serviria para fazer com que o VLS colocasse um satélite em órbita está impossibilitado. Além da falta de recursos, existem dificuldades técnicas no desenvolvimento de componentes para completar o foguete. Há também um grave problema de escassez de mão de obra, que pode inclusive atrapalhar outros projetos mobilizadores.
Segundo Golfetto, o Brasil já teria decidido tirar o pé mais uma vez do VLS. Em vez de mirar no mercado de lançadores de grandes satélites, a ordem agora seria focar no mercado de microssatélites.
"Chegamos à conclusão de que não vale a pena desenvolvermos no país um veículo para satélites geoestacionários [confusão do UOL, pois não é o caso do VLS, que se destina a colocar satélites em órbitas baixas, não geoestacionários]. Existem vários concorrentes no mercado e o Brasil não lançará muitos equipamentos deste porte. Nosso foco está mais voltado para o VLM (Veículo Lançador de Microssatélites). É um foguete mais simples, para transportar satélites menores. Acreditamos que ele entrará em um nicho de mercado onde não existem lançadores naquela categoria", disse Golfetto.
O lançamento do VLS-1 passa por diversos percalços desde o acidente na base de Alcântara, no Maranhão, em 2003. A explosão matou 21 importantes técnicos, destruiu instalações e interrompeu o projeto do VLS. Na tentativa de recuperação da base e com o objetivo de explorar o mercado de lançadores de satélites, o Brasil optou por focar na construção de outro foguete, numa fracassada parceria com a Ucrânia, que custou 12 anos e R$ 1 bilhão (dividido entre os dois países). O chamado Cyclone 4 seria maior que o VLS, capaz de lançar cargas mais pesadas como de satélites de telecomunicações (de até 800 kg e numa órbita geoestacionária, a 36 mil quilômetros de distância).
O VLS foi mantido, mas deixado de lado. Estava previsto para 2013, depois 2014, 2015 e agora 2016. Mesmo assim, o teste será em apenas partes do foguete: ele não deve ficar totalmente pronto, segundo estimativas do DCTA.
"Temos o veículo todo reprojetado. Estamos trabalhando em um lançamento de um voo tecnológico, que visa testar a parte baixa do VLS, onde tivemos algumas dificuldades no acendimento do segundo estágio e na separação dos estágios. A análise servirá também para avaliar o sistema de navegação inercial que foi desenvolvido dentro do DCTA. Ele é baseado em fibra óptica. Já foi testado em aviões, no solo, agora precisamos fazer um voo espacial para certificar este veículo", explicou Golfetto.
O passo seguinte, que serviria para fazer com que o VLS colocasse um satélite em órbita, está impossibilitado. Além da falta de recursos, existem dificuldades técnicas no desenvolvimento de componentes para completar o foguete. Há também, segundo ele, a falta de mão de obra especializada.
"Se não houver reposição do quadro, em 2020, o DCTA terá uma redução de 44% da sua equipe em relação a 2011, em virtude do processo de aposentadoria. Há pouco tempo, foi autorizado concurso e pudemos contratar mais de 200 profissionais. No entanto, isso está aquém do necessário", alertou o vice-diretor.
Novo foco
O Brasil nunca construiu um foguete capaz de decolar para além das zonas suborbitais. O país tem mesmo mais capacidade de reinar no mercado de lançamento de microssatélites, inclusive diversos foguetes seus são utilizados na Europa para lançar cargas carregando experimentos científicos e tecnológicos.
Há êxitos com os lançadores da família Sonda e dos veículos de sondagem VSB-30, VS-30 e VS-40. O VSB-30, por exemplo, abastece o programa europeu de microgravidade.
O processo de construção do VLM se dá em cooperação com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). Porém, novamente, a descontinuidade de recursos pode atrapalhar esse projeto, que tinha previsão inicial de conclusão para este ano e foi reprogramado para 2017. Estimado em R$ 126,9 milhões, até o momento o programa recebeu R$ 10 milhões, segundo ele.
O setor no Brasil
Em termos de percentual relativo do PIB, o Programa Espacial Brasileiro destina dez vezes menos recursos que a Índia e 30 vezes menos que os Estados Unidos. Os norte-americanos detêm 41% do mercado global de satélites, enquanto a participação brasileira é de 1,9%, segundo um estudo feito pela Câmara dos Deputados.
No Brasil, os investimentos governamentais a partir do fim da Segunda Guerra Mundial priorizaram setores de infraestrutura e indústria pesada e de bens de produção como mineração e petróleo. Nos últimos dez anos, houve um aumento do interesse político no setor espacial, porém há diversas críticas em relação às constantes mudanças políticas, acidentes, atrasos e gasto maior que o planejado.
FAB contesta
Através de e-mail enviado ao UOL, a FAB (Força Aérea Brasileira) afirmou o seguinte: "Não é verdade que o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) vá abandonar o projeto VLS (Veículo Lançador de Satélite). O DCTA continua investindo no VLS-1, VLS-Alpha e VLS-Beta, lançadores de satélites de até 800 kg em órbita equatorial.
O vice-diretor do DCTA, Major-Brigadeiro do Ar Wander Golfetto, em audiência na Câmara dos Deputados, declarou, na verdade, que o Brasil não tem mais interesse em investir em lançadores de satélites geoestacionários, com capacidade de 1 a 4 toneladas. Portanto, o desenvolvimento do VLS-1 continua de acordo com a disponibilidade orçamentária.
É importante ressaltar que, graças ao desenvolvimento do VLS-1, o Brasil adquiriu tecnologia que possibilita a exportação de foguetes suborbitais para a Europa. Somente este ano, seis foguetes foram lançados."
FONTE: do portal da FAB (http://www.fab.mil.br/notimp#n88972).[Título, imagem e trechos entre colchetes em azul acrescentados por este blog 'democracia&política'].
Por Débora Nogueira, do Uol, em São Paulo
"Um dos mais emblemáticos programas de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, a construção do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélite), deve ser abandonado, segundo informou o site da Agência Espacial Brasileira. De acordo com o vice-diretor do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica), Wander Golfetto, o programa pode não ser concluído por falta de verba, recursos humanos qualificados e dificuldades tecnológicas.
Em audiência pública terça-feira (26) na Câmara dos Deputados, o vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA), Wander Golfetto, afirmou que o programa pode não ser completado por falta de verba, recursos humanos qualificados e dificuldades tecnológicas.
Números apresentados pelo DCTA apontam descontinuidade de recursos para o VLS, previstos no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), documento orientador de investimentos da área. No total, o programa deveria receber cerca de R$ 155 milhões. No entanto, até o momento, foram executados R$ 108 milhões.
Inicialmente, a previsão era de que o veículo estaria completamente finalizado este ano. Agora, no entanto, a expectativa mudou. Hoje, o planejamento é para testar parte do foguete no fim de 2016.
O passo seguinte, que serviria para fazer com que o VLS colocasse um satélite em órbita está impossibilitado. Além da falta de recursos, existem dificuldades técnicas no desenvolvimento de componentes para completar o foguete. Há também um grave problema de escassez de mão de obra, que pode inclusive atrapalhar outros projetos mobilizadores.
Segundo Golfetto, o Brasil já teria decidido tirar o pé mais uma vez do VLS. Em vez de mirar no mercado de lançadores de grandes satélites, a ordem agora seria focar no mercado de microssatélites.
"Chegamos à conclusão de que não vale a pena desenvolvermos no país um veículo para satélites geoestacionários [confusão do UOL, pois não é o caso do VLS, que se destina a colocar satélites em órbitas baixas, não geoestacionários]. Existem vários concorrentes no mercado e o Brasil não lançará muitos equipamentos deste porte. Nosso foco está mais voltado para o VLM (Veículo Lançador de Microssatélites). É um foguete mais simples, para transportar satélites menores. Acreditamos que ele entrará em um nicho de mercado onde não existem lançadores naquela categoria", disse Golfetto.
O lançamento do VLS-1 passa por diversos percalços desde o acidente na base de Alcântara, no Maranhão, em 2003. A explosão matou 21 importantes técnicos, destruiu instalações e interrompeu o projeto do VLS. Na tentativa de recuperação da base e com o objetivo de explorar o mercado de lançadores de satélites, o Brasil optou por focar na construção de outro foguete, numa fracassada parceria com a Ucrânia, que custou 12 anos e R$ 1 bilhão (dividido entre os dois países). O chamado Cyclone 4 seria maior que o VLS, capaz de lançar cargas mais pesadas como de satélites de telecomunicações (de até 800 kg e numa órbita geoestacionária, a 36 mil quilômetros de distância).
O VLS foi mantido, mas deixado de lado. Estava previsto para 2013, depois 2014, 2015 e agora 2016. Mesmo assim, o teste será em apenas partes do foguete: ele não deve ficar totalmente pronto, segundo estimativas do DCTA.
"Temos o veículo todo reprojetado. Estamos trabalhando em um lançamento de um voo tecnológico, que visa testar a parte baixa do VLS, onde tivemos algumas dificuldades no acendimento do segundo estágio e na separação dos estágios. A análise servirá também para avaliar o sistema de navegação inercial que foi desenvolvido dentro do DCTA. Ele é baseado em fibra óptica. Já foi testado em aviões, no solo, agora precisamos fazer um voo espacial para certificar este veículo", explicou Golfetto.
O passo seguinte, que serviria para fazer com que o VLS colocasse um satélite em órbita, está impossibilitado. Além da falta de recursos, existem dificuldades técnicas no desenvolvimento de componentes para completar o foguete. Há também, segundo ele, a falta de mão de obra especializada.
"Se não houver reposição do quadro, em 2020, o DCTA terá uma redução de 44% da sua equipe em relação a 2011, em virtude do processo de aposentadoria. Há pouco tempo, foi autorizado concurso e pudemos contratar mais de 200 profissionais. No entanto, isso está aquém do necessário", alertou o vice-diretor.
Novo foco
O Brasil nunca construiu um foguete capaz de decolar para além das zonas suborbitais. O país tem mesmo mais capacidade de reinar no mercado de lançamento de microssatélites, inclusive diversos foguetes seus são utilizados na Europa para lançar cargas carregando experimentos científicos e tecnológicos.
Há êxitos com os lançadores da família Sonda e dos veículos de sondagem VSB-30, VS-30 e VS-40. O VSB-30, por exemplo, abastece o programa europeu de microgravidade.
O processo de construção do VLM se dá em cooperação com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). Porém, novamente, a descontinuidade de recursos pode atrapalhar esse projeto, que tinha previsão inicial de conclusão para este ano e foi reprogramado para 2017. Estimado em R$ 126,9 milhões, até o momento o programa recebeu R$ 10 milhões, segundo ele.
O setor no Brasil
Em termos de percentual relativo do PIB, o Programa Espacial Brasileiro destina dez vezes menos recursos que a Índia e 30 vezes menos que os Estados Unidos. Os norte-americanos detêm 41% do mercado global de satélites, enquanto a participação brasileira é de 1,9%, segundo um estudo feito pela Câmara dos Deputados.
No Brasil, os investimentos governamentais a partir do fim da Segunda Guerra Mundial priorizaram setores de infraestrutura e indústria pesada e de bens de produção como mineração e petróleo. Nos últimos dez anos, houve um aumento do interesse político no setor espacial, porém há diversas críticas em relação às constantes mudanças políticas, acidentes, atrasos e gasto maior que o planejado.
FAB contesta
Através de e-mail enviado ao UOL, a FAB (Força Aérea Brasileira) afirmou o seguinte: "Não é verdade que o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) vá abandonar o projeto VLS (Veículo Lançador de Satélite). O DCTA continua investindo no VLS-1, VLS-Alpha e VLS-Beta, lançadores de satélites de até 800 kg em órbita equatorial.
O vice-diretor do DCTA, Major-Brigadeiro do Ar Wander Golfetto, em audiência na Câmara dos Deputados, declarou, na verdade, que o Brasil não tem mais interesse em investir em lançadores de satélites geoestacionários, com capacidade de 1 a 4 toneladas. Portanto, o desenvolvimento do VLS-1 continua de acordo com a disponibilidade orçamentária.
É importante ressaltar que, graças ao desenvolvimento do VLS-1, o Brasil adquiriu tecnologia que possibilita a exportação de foguetes suborbitais para a Europa. Somente este ano, seis foguetes foram lançados."
FONTE: do portal da FAB (http://www.fab.mil.br/notimp#n88972).[Título, imagem e trechos entre colchetes em azul acrescentados por este blog 'democracia&política'].