Curiosidades
Consagração
— O que é a consagração? O que é Consagrar? Para que serve a consagração?
Consagrar é, neste caso, tornar ou destinar um objeto como algo sagrado. Desse modo, direcionamos uma determinada função a um objeto ou instrumento mágico para ser utilizado dentro de nossas práticas mágicas. Não serão instrumentos designados para utilização cotidiana em nosso ambiente diário, é geralmente utilizado para fins somente mágicos, por isso, todos os instrumentos tem sempre de ser separados e a eles dada as determinadas funções, por exemplo, quando se usa uma faca de cabo branco como um boline (objeto para corte de frutas, ervas e etc) não se pode utilizar o mesmo após consagrado para uma refeição normal do dia a dia. Não se pode? Não se deve, afinal, ele foi consagrado e foi direcionado a este objeto uma determinada função, que é neste caso a de servir como um boline.
O motivo disso é simples, um exemplo claro: Não se pode usar o caldeirão que você esquenta seu chá para queimar pedidos, motivos: queimar papéis e outros deixará resíduos e pode prejudicar a saúde se você fizer um chá e tomá-lo. Em relação à energia por exemplo, você queima pedidos para banir malefícios e faz um chá para atrair outras energias, são direcionamentos diferentes.
Consagrar > v.t. Dedicar a Deus. [...]
Tornar durável: consagrar a lembrança de uma vitória.
Empregar, destinar: consagrar seu tempo ao estudo.
Autorizar, sancionar, ratificar: palavra que o uso consagrou.
V.pr. Dedicar-se, empregar todo o tempo a: consagrar-se a uma obra meritória. Fonte: http://www.dicio.com.br/
É importante entender que a consagração não é a privação de toques. É dito que não se pode deixar nenhuma outra pessoa além de quem consagrou tocar nos instrumentos mágicos, porque são consagrados, isso é correto de se afirmar, porém este objeto ou instrumento mágico a partir de consagrado é um item sagrado, com energias próprias, por assim dizer, desse modo não é bom que outras pessoas passem/transfiram energias de forma espontânea, mesmo sem a intenção de tocar no objeto é importante que nós entendedores expliquemos para a pessoa o motivo, de forma resumida é claro (rs), pelo qual ela não pode ficar pegando nossos objetos e instrumentos mágicos. É importante informar, ainda mais quando não estamos em nossa própria casa (quando moramos com nossos pais, irmãos mais velhos, avós ou outros parentes) porque o paganismo nem sempre é tão bem visto e tão bem aceito, é uma cultura diferente e gera sempre um estranhamento, muitas vezes isso pode gerar desconfortos ou apenas curiosidades da parte de outros.
Um texto que li na internet falava sobre
exorcizar energias, acredito que por experiências pessoais minhas, estudos e entendimento acerca do assunto a palavra exorcizar traga-me outra visão, dentro da bruxaria eu acredito que a palavra exorcizar não seja tão utilizada, por isso diz-se
banimento ao invés de exorcismo. O ato de banir seria portanto o ato de barrar, de limitar, e não de retirar com força o que há naquele ambiente. Quando se trata de uma questão energética é importante entender que as energias, todas elas, devem ser estruturas diante do espaço de um bruxo, devem ser e ter uma função específica em basicamente todos os momentos, e claro, devem ser limitados, não comprimidos, limitados. É preciso demarcar onde devem estar, por onde devem passar, por onde não deve passar e onde não devem estar, onde precisam "atuar", onde precisam focar e assim sucessivamente para que energias diversas são se misturem, pois a mistura de energias é sobrecarga.
Sobrecarga > s.f. Carga excessiva; aquilo que se acrescenta à carga normal.
Fig. Excesso: sobrecarga de trabalho. Fonte: http://www.dicio.com.br/
— Estrutura de uma consagração
Na bruxaria e wicca nós temos o costume de dizer que todo ritual (seja uma celebração, rito de passagem ou qualquer outro ritual do mais simples ao mais complexo) deve-se ter uma estrutura sempre muito bem definida, o que é afinal uma "estrutura"? E como estar "bem definida"? Pode parecer o maior dos pontos de interrogação, mas não passa de um simples entendimento básico dentro das práticas. As estruturas são montadas a partir de experiências próprias de um praticante, é preciso portanto muita leitura acerca de todo assunto que este praticante for abordar, após o estudo o praticante precisa estar focado em sua própria organização sobre o conhecimento, a ética e dogma, seu verdadeiro objetivo e o seu ato, inclui portanto os quatro pilares da magia que são saber, ousar, querer e calar.
Já em relação aos instrumentos para consagração são usados os que representam, portanto, os quatro elementos: vela representando o fogo, o incenso representando o ar, o cálice com água que vai representar a água, que geralmente é água corrente (de riachos, cachoeiras e etc) e o sal em pedras para representar a terra. Daí então surge um drama frequente: "Não temos como alcançar água corrente, o que fazer? Pode ser usada água da torneira?", sim, pode-se usar água da torneira, uma dica é jogar sal fino (não em pedras) nesta água para purificação, mas também vai depender das preferências devido a experiência.
— Consagrando
Após preparada toda a estrutura básica do ritual de consagração faz-se o reconhecimento do ambiente onde será realizado o ritual, esse reconhecimento é a preparação do lugar, limpeza e ocupação de espaço necessário, após isso é preciso que o praticante disponha neste espaço todo instrumento importante para a consagração para então fechar o círculo. Fecha-se o círculo mágico com o dedo indicando para a frente e caminhe em sentido horário pronunciando ou em voa alta ou mentalmente um encantamento firmando aquele círculo. Pode ser feitos um, dois ou três círculos.
"Fecho o primeiro círculo para que mantenha as energias concentradas neste ponto,
E o mesmo é abençoado em nome da Deusa e do Deus."
"Fecho o segundo círculo para que mantenha as energias concentradas neste ponto,
E o mesmo é abençoado em nome da Deusa e do Deus."
"Fecho o terceiro círculo para que mantenha as energias concentradas neste ponto,
E o mesmo é abençoado em nome da Deusa e do Deus."
São "fechadas" também as partes de cima e de baixo levantando o dedo, varinha ou Atame para cima e levando-o até em baixo. Geralmente este ficará próximo a sua altura e terminará no chão.
"Tudo o que está acima, está também abaixo! Assim seja!"
É a hora de chamar para dentro deste círculo os quadrantes que são os elementos/elementais das quatro direções: norte, sul, leste e oeste. Lembrando que se começa pelo norte que é considerada a "Morada dos Deuses", pois o norte é magnético. (É importante que nós tenhamos bússolas, rosas-do-vento e entendamos o funcionamento dos pontos cardeais, pois é dessa forma que se movimenta o ciclo dentro da bruxaria, tudo está ligado as direções, lugares e situações).
O sentido horário é voltado a "trazer", enquanto que o sentido anti-horário é para banimento, "tirar", por assim dizer.
"Torre de proteção do norte, elemental da terra esteja presente!"
— Volta-se para o norte.
"Torre de proteção do leste, elemental do ar esteja presente!"
— Volta-se para o leste.
"Torre de proteção do sul, elemental do fogo esteja presente!"
— Volta-se para o sul.
"Torre de proteção do oeste, elemental da água esteja presente!"
— Volta-se para o oeste.
Após trazer os quadrantes ou torres de proteção, chamamos a Deusa e o Deus. E é sempre importante ter divindades do mesmo panteão (uma Deusa egípcia e um Deus egípcio ou ambos nórdicos, ou celtas, ou hindu e etc) para evitar o conflito de energias, pois isso pode prejudicar o andamento do ritual de consagração.
"Com honra chamo a Deusa e ao Deus para dentro do círculo,
Para testemunhar e abençoar este feito.
Bem vinda Deusa! Bem vindo Deus"
Após feito isso é a consagração, geralmente consagra-se um objeto por vez. Pega-se o instrumento mágico e a fazer uma apresentação deste para os Deuses, faz-se também para os quatro elementos, um por vez e passa-se o instrumento por todos eles.
"Eu consagro ______________, instrumento mágico para a função de ______________.
Consagro meu _____________ pela terra, com a benção do Deus e da Deusa. Assim se faça!"
— Virado(a) pro norte joga-se o sal grosso (em pedras) no instrumento.
"Eu consagro ______________, instrumento mágico para a função de ______________.
Consagro meu _____________ pelo ar, com a benção do Deus e da Deusa. Assim se faça!"
— Virado(a) pro leste passa o instrumento pela fumaça do incenso.
"Eu consagro ______________, instrumento mágico para a função de ______________.
Consagro meu _____________ pelo fogo com a benção do Deus e da Deusa. Assim se faça!"
— Virado(a) para o sul passa o instrumento por cima da chama da vela. *Com cuidado para não queimar e estragá-lo.
"Eu consagro ______________, instrumento mágico para a função de ______________.
Consagro meu _____________ pela água, com a benção do Deus e da Deusa. Assim se faça!"
— Virado(a) pro oeste respinga ou joga a água no instrumento mágico, visando também para que não o estrague.
"Eu declaro meu instrumento mágico ______________ consagrado, abençoado pelos Deuses e pelo poder dos quatro elementos: terra, ar, fogo e água. Assim seja!"
— Virado(a) para o norte novamente.
Após feito isso agradece-se aos Deuses pela presença e pela benção e então eles saem do círculo, o mesmo é feito com os quadrantes ou chamado também de torres de proteção, tudo no sentido anti-horário. Depois que todas estas energias "partirem", desfaz-se o "círculo" traçado que fica acima da nós partindo de baixo no sentido contrário ao que foi feito (considerando que a pessoa fez tudo voltada para o norte, a "capsula" foi feita do oeste para o leste, mas não há problema algum ter começado pelo leste). Depois então são desfeitos os círculos mágicos no sentido anti horário também. Depois é possível jogar essas energias na terra, abra os braços e dê um grande abraço no ar imaginando estar pegando todas as energias e direcione os braços para o chão e diga:
"Todas as energias voltam para a terra! Assim é!".
Os instrumentos são recolhidos, guardados em seus devidos lugares e uma nova consagração só será necessária se o instrumento for utilizado para outros fins, quando alguém tocar no instrumento com ou sem intenção de algo ou quando ele for mantido fora do altar e por algum acaso perder-se.
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