As Musas são pouco cultuadas e muito pouco conhecidas, mas eram de extrema importância para os gregos que estavam absurdamente ligados à sua cultura e as tradições orais, conhecimentos variados passados de forma oral por mestres da filosofia e ciências e estavam intimamente ligados à arte, música, espiritualidade, matemática, história e outros variados assuntos que fazem parte do nosso mundo contemporâneo, graças à disponibilidade e variação de estudos que essa civilização tinha. Além dos Deuses, o Monte Olimpo também abrigava as Graças e as Musas, dois grupos de mulheres de grande importância para a expansão dos conhecimentos gregos. As Graças eram belas e graciosas mulheres que conferiam gratidão ao mundo mortal e ajudavam os mortais em diversas situações, como uma espécie de "conselheiras divinas", já as Musas tinham um impacto profundo nas gerações a partir da transmissão oral de contos e sagas de Deuses e Heróis gregos para os mortais, encarregadas de descer ao mundo dos homens (seres humanos) para passar conhecimento e a sabedoria cultural.
As Musas eram em nove belíssimas mulheres, filhas do poderoso Zeus com Mnemasine, representavam alegria, beleza inspirando todas as formas de artes, além de possuir a divinação, possuíam o dom de prever o futuro. É conhecido também que elas ficavam sempre no templo de Museon (Museu) onde todo o acervo histórico (contos e sagas) eram guardados em pergaminhos. Possuíam suaves e belas vozes, cada uma das nove Musas era encarregada de levar um determinado conhecimento aos homens a partir de seus domínios.
- Calíope — dominava a poesia.
Calíope é a portadora da bela voz, por isso dominava a poesia e podia recitá-las ao público e encantar a todos. É a filha mais velha e é representada como uma jovem gentil e majestoso. Ela relacionou-se com Deus Apolo, com quem teve seus dois filhos Himeneu e Lálemo.
Símbolos: tabuleta, pergaminho, buril, coroa de ouro.
- Clio — dominava história.
Clío é aquela que confere a fama, sendo responsável por contar aos homens as grandes sagas de Deuses e heróis em forma de conselhos e avisos, tal como uma profetisa grega. Era descrita como uma jovem com muita seriedade carregando sobre a cabeça uma coroa de louro e no braço o livro Túcidide.
Símbolos: livros, globo terrestre, mapas, estórias e história, coroa de louro, clarim e clepsidra.
- Érato — conhecimento e domínio sobre o casamento.
Érato é aquela da alegria excessiva, tendo domínio sobre a poesia lírica, era descrita como uma jovem "vestida de flores", também dominava a arte do matrimônio e transmitia os grandes segredos aos homens sobre as uniões e a gravidez das mulheres.
Símbolos: flauta, coroa de flores, flores, música. aboés, palavras/letras.
- Euterpe — domínio e conhecimento sobre as festividades.
Euterpe é a dominadora da música, poesia lírica e das festividades e honrarias aos Deuses. É aquela que desperta os desejos, sendo aquela que recitava os poemas de feito erótico. Tinha grande conhecimento sobre as oferendas aos Deuses, dispunha a inspiração sexual aos homens, trazendo a eles os grandes e inesquecíveis amores.
Símbolos: coroa de mirto e rosas, lira, arco, beija flor, festividades e celebrações.
- Melpômene — domínio sobre o canto e o teatro.
Melpômene é a cantora, dominando o drama, o canto e a atuação. Era descrita como uma jovem séria e de voz grave, sempre vestida com ricos panos, calça e coturnos longos. Era a Musa que inspirava a tragédia e o drama dos teatros e demais atuações, e era procurada para contar aos homens com maestria os acontecimentos trágicos das guerras dando ênfase aos fatos, sendo o oposto de Talia.
Símbolos: máscara de folhas, maçã de Hércules, música e a atuação.
- Polímnia — domínio da retórica.
Polímnia é a dominadora das retóricas e dos hinos, é retratada como uma jovem gentil e demasiadamente pensativa, vestida com um véu e panos simples, principalmente em cor branca. Era aquela que questionava, que dava aos homens o poder das críticas e das perguntas e os ensinava os hinos sagrados.
Símbolos: hino, branco, reflexão, véu, meditação.
- Terpsícore — domínio das danças
Terpsícore é aquela que domina a dança, o canto coral e é considerada por isso a mãe das sereias por alguns autores da história. É descrita como uma jovem criativa que andava pelo mundo mortal com o arco a cantar junto aos homens.
Símbolos: arco, música, dança, cítara, lira.
- Talia — domínio sobre a comédia e sátira
Talia dominava a comédia e a sátira, sendo descrita como uma jovem de grande senso de humor e crítica. Era descrita como uma jovem rica em senso de humor que usava uma máscara cômica sobre o rosto de ramos de hera e carregava junto a si um cajado.
Símbolo: clarim, porta-voz, máscara cômica, comédia e sátira, crítica, teatro, ramos de hera.
- Urânia — domínio sobre a astronomia.
Urânia dominava a astronomia, dando inspiração aos grandes mestres astrônomos e astrólogos. Era tida como a mais científica e exata das Musas, sendo descrita como uma jovem de grande intelecto, vestida azul celeste, coroada pelos céus (estrelas). Conferia a ela os mapas astrais e os segredos sobre o céu e o universo.
Símbolos: compasso, estrelas, pergaminho, globo terrestre, mapas, tripeça, instrumentos de matemática, ciência.
O correspondente à Musas seria o masculino Fauno, não possuindo a capacidade inspiradora da ciência e das artes. As Musas pertencem também a família das Ninfas, responsáveis pelos conhecimentos dos homens a partir da inspiração Divina. Eram respeitadas e admiradas, embora aparecem como nove Musas, mas esse número variava muito, as principais são citadas acima e cabe a cada uma uma importância dentro da civilização grega e do contato dos Deuses com os humanos em um relacionamento cultural e espiritual.
Seguiram de inspiração até hoje, sendo retratadas em desenhos animados como Hércules, também em filmes sobre o herói, musicais e outras peças teatrais. São pouco adoradas como Deuses, possuindo um lugar na hierarquia abaixo das Deuses gregas e acima das ninfas de aspectos "comuns", pois eram extremamente importantes e queridas para Zeus. E são sempre retratadas como nome mulheres musas (a se referir por beleza, que era de grande importância para os gregos) com grande intelecto e o grande poder de dominar as ciências e as artes, sendo consideradas fontes de inspiração para a Grécia Antiga. A partir do termo Musa gerou-se o termo Museu às casas guardiãs de artefatos antigos e história e à beleza feminina retratada na Grécia.